CÓRDULA
NOBRE DA SILVA (Entre: n. 1815 a d. 1870): ALGUMAS NOTAS.
Por:
Washington Luiz Peixoto Vieira
Córdula
Nobre da Silva foi uma mulher pertencente a uma das famílias pioneiras do
Ceará, com raízes na região do Sertão do Siará Grande, especificamente em Icó e
Russas, importantes vilas históricas do século XVIII e XIX.
Todavia, sem ainda desvendar as origens de Córdula Nobre, pressupondo que ela não tinha origem no Ceará, mas na Paraíba e Rio Grande do Norte, com o sobrenome NÓBREGA, presente naquelas regiões, inclusive encontrei, em pesquisas, outras mulheres com os nomes de Córdula Nóbrega, em famílias da Paraíba e do Rio Grande do Norte, inclusive uma rua em Campina Grande, o que me leva a supor que existiu alguma antepassada dessas mulheres com este marcante nome.
Os sobrenomes Nobre e Nóbrega constam no Dicionário Sefaradi de Sobrenomes, Edições Sefer Livraria, 2020, com o significado de "Nobre, de boas maneiras, Noble good manners". Páginas 340 e 509, existentes em Portugal e no Brasil, com registros na Inquisição de Lisboa. [3] Este sobrenome tem como variantes o "Nobrega", presente na região do Cariri paraibano, de onde procedem alguns Teixeira-Mendes na terceira geração no Brasil, [6] assunto que poderá ser explorado em pesquisas genealógicas.
Córdula casou-se em 08 de janeiro de 1837, na Igreja Matriz de Icó, com Francisco Teixeira Mendes, filho de João André Teixeira Mendes, nascido em 17.03.1771 e falecido por volta de 1864 e de Maria Demétria do Coração de Jesus [sua prima], morador do Saco da Onça, [2] conforme registrado no livro Siará Grande, obra referência para a genealogia luso-cearense. A união consolidou alianças entre famílias de prestígio local — prática comum entre as elites sertanejas, que buscavam preservar patrimônio, influência social e tradição familiar. Até o momento não consegui identificar seus pais, nem datas precisas de nascimento e falecimento. [4]
Córdula Nobre da Silva representa a figura matriarcal de uma linhagem tradicional que se manteve relevante na região de Icó e arredores. Seu legado histórico e genealógico é preservado tanto nas referências do Siará Grande quanto nas árvores familiares e compilações locais, tornando-a uma personagem central para estudos sobre famílias sertanejas cearenses.
[1] Um dos irmãos de Joaquim Marinho de Mello foi José Marinho de Mello, que assinou uma ato público em desagravo à perfídias imputadas ao Barão do Crato, pelos inimigos políticos do dito Barão, “Pintos e Fructuosos”, datado de 5 de fevereiro de 1868.
[3] Informações originais constantes no livro Raízes Judaicas no Brasil - Arquivo Secreto da Inquisição, de Flávio Mendes Carvalho, Nova Arcádia, 1992.
Durante a
atuação da Inquisição em Portugal, alguns indivíduos ligados ao sobrenome Nobre
foram processados. Em 1593, Domingos Fernandes Nobre foi acusado de heresia e
condenado apenas a abjurar como levemente suspeito, recebendo penas espirituais
e multa. No início do século XVIII, surge Manuel Mendes Nobre, cristão-novo
citado como pai de Tomé da Costa de Abreu, também investigado. Tomé foi preso
em 1721 e, no auto-da-fé de 1723, condenado a abjuração, penitências e custas,
sem chegar à execução. Esses nomes revelam a presença da família Nobre entre os
alvos da vigilância inquisitorial, ainda que sem registro de relaxamento ao
braço secular.
[4] De
1834 a 1839 o pároco de Icó era o padre Reinaldo da Costa Moreira.
[5] Dona Córdula é tetravó deste que escreve esse texto.
[6] Manoel Alves Nóbrega (nasceu 1735 em Santa Luzia, PB) — que sugere ramos antigos do sobrenome na região. exemplo de um indivíduo antigo — Manoel Alves Nóbrega (nasceu 1735 em Santa Luzia, PB) — que sugere ramos antigos do sobrenome na região.
Em
pesquisa na Internet encontrei o inventário de uma Córdula Nóbrega na Comarca
de Maranguape, na Paraíba o que sugere existir uma antepassada comum para
estas pessoas.
https://eap.bl.uk/archive-file/EAP853-1-4-128?utm_source=chatgpt.com
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