A FAMÍLIA DE MANOEL PEIXOTO DE MEDEIROS E MARIA AMÉLIA MONTEIRO PEIXOTO
Por Washington Luiz Peixoto Vieira
ORGANIZADOR: Washington Vieira
A FAMÍLIA DE MANOEL PEIXOTO DE MEDEIROS E MARIA AMÉLIA MONTEIRO PEIXOTO
Por Washington Luiz Peixoto Vieira
DONA ANTONIA DE ALBUQUERQUE (SÉCULO XVI – SÉCULO XVII) E SUA DESCENDÊNCIA NO SERTÃO DO CEARÁ
* Washington Luiz Peixoto Vieira é pesquisador e escritor. dedica-se ao
estudo da memória urbana e das transformações sociais e culturais do Nordeste.
É descendente da biografada através de Maria Cataria Sebastiana de Arendes
(Melo Falcão) Esse é um texto inédito do livro Gente do Ceará - IBSN: 978-65-01-28119-3.
Por Washington Luiz Peixoto Vieira
O século XVIII no Nordeste brasileiro foi marcado por redes de poder, alianças familiares e estratégias de preservação do prestígio social. Entre os protagonistas desse cenário destaca-se o Capitão Antônio de Melo Falcão, registrado em documentos coloniais de Pernambuco, especialmente no Cabo de Santo Agostinho, onde faleceu por volta de 1780. Casado — ou em união estável — com Maria José de Brito Fiúza, Antônio deixou uma descendência cujas ramificações moldaram a elite cearense nas gerações seguintes.
As origens mais antigas conhecidas da família Melo Falcão encontram-se registradas na Nobiliarquia Pernambucana, de Antônio José Victoriano Borges da Fonseca (Coleção Mossoroense, Série C, vol. 819, 1992, vol. I, p. 137). O autor indica que a linhagem em Pernambuco principia com Luiz Marreiros, que veio ao Brasil com o donatário Duarte de Albuquerque Coelho, recebendo o ofício de tabelião de Olinda (vol. II, p. 464)
Fontes da Torre do Tombo (Lisboa) registram vários processos inquisitoriais contra pessoas de sobrenome Marreiros, notadamente
No entanto, os Marreiros estabelecidos no Cabo de Santo Agostinho desde o século XVII (como Luiz Marreiros I e seus descendentes) não são descritos nos registros coloniais como cristãos-novos, mas sim como fidalgos da governança local — proprietários de engenhos, tabeliães e oficiais de ordenança.
No entanto, os Marreiros estabelecidos no Cabo de Santo Agostinho desde o século XVII (como Luiz Marreiros I e seus descendentes) não são descritos nos registros coloniais como cristãos-novos, mas sim como fidalgos da governança local — proprietários de engenhos, tabeliães e oficiais de ordenança.
A Nobiliarquia Pernambucana de Antônio José Victoriano Borges da Fonseca (fonte principal dessa genealogia) não menciona nenhum indício de origem cristã-nova. Pelo contrário, o texto apresenta os Marreiros como descendentes de Luiz Marreiros, tabelião de Olinda, que recebeu terras e mercês do donatário Duarte de Albuquerque Coelho, e cujos filhos e netos se casaram com cristãos-velhos e de prestígio no Pernambuco colonial, mas isso, necessariamente, não significa dizer que suas origens eram Marranas, uma vez que se fazia de tudo para esconder as origens judaicas.
https://www.geni.com/people/
Detinha a patente de Capitão de Ordenanças, posto que designava o oficial responsável pelo comando das tropas locais nas vilas e freguesias de Portugal e do Brasil colonial entre os séculos XVI e XIX.
Lu\z de Marreiros de Sá (1675-1744) casou com Brites de Albuquerque de Merlis, filha de Marcos de Barros Correia e D. Margarida de Melo, tataraneta (5ª geração) de Jerônimo de Albuquerque e D. Maria do Espírito Santo Arcoverde.
Transferido para o Icó, na Capitania do Ceará, Antônio de Melo Falcão vivia solteiro, mas mantinha união estável com a jovem Maria José de Brito Fiúza, conforme registros genealógicos. O casal nunca oficializou o matrimônio perante a Igreja, o que, segundo estudiosos, pode ter resultado da vida itinerante do capitão em suas campanhas militares. Pelo menos dois de seus filhos foram criados por famílias amigas, possivelmente devido às constantes viagens e deslocamentos do casal pelos sertões.
Pedro Marinho de Barros
Marcos de Barros Correia Neto
Luiz Marreiros de Melo
João de Barros Correia
De acordo com registros históricos, genealógicos e plataformas colaborativas, destacam-se os seguintes filhos do casal:
Filhos de Maria Catarina e Manoel Alexandre:
João André Teixeira Mendes (17/03/1771 – c.1864) — casou-se com sua prima Maria Demétria do Coração de Jesus; foi Tenente-Coronel e é apontado como o ancestral da linha “Canela Preta”.
Ana Macedo de Jesus Maria (Ana Maria Mendes) (28/06/1776 – 1809) — casou-se duas vezes: primeiro com Antônio Fernandes Pereira (1798), e, viúva em 1804, com o primo Manoel Alexandre Teixeira Sobrinho (1804).
Tereza Teixeira Mendes — há registros de nascimento, mas sem dados sobre descendência.
Padre Felipe Benício Mariz (22/08/1779 – c.1837) — ordenado em Olinda (1801), manteve descendência em união estável com Silvéria Joaquina de Queiroz.
Casou-se em 25 de janeiro de 1783, na Vila do Icó, com Miguel Luís de Moura, natural da Freguesia da Boa Vista, Recife (PE).
Apontada como filha de Antônio de Melo Falcão, foi esposa de João Ferreira da Silva, conform
O caso de Maria Catarina e Domingos Júnior exemplifica uma prática comum no Brasil colonial: filhos eram frequentemente criados por famílias aliadas, fortalecendo alianças políticas, distribuindo encargos patrimoniais e preservando o prestígio social. No caso dos Falcão, tal prática pode também indicar a vida nômade do capitão em suas campanhas pelas terras do Ceará, levando consigo a companheira, enquanto os filhos eram deixados sob tutela de famílias de confiança.
Famílias Cearenses – Teixeira Mendes (Canela Preta) do Icó, Ceará. Disponível em: https://familiascearenses.com.
Geni.com – Perfis genealógicos de Maria Catarina Sebastiana de Arendes e descendentes.
FamilySearch – Registros paroquiais do Ceará e Pernambuco (1750–1800).
Arquivo Público de Pernambuco – Inventários e testamentos (séc. XVIII).
Nobiliarquia Pernambucana, de Antônio José Victoriano Borges da Fonseca. Coleção Mossoroense, Série C, vol. 819, 1992.
Engenho Megaípe de Baixo – sob a invocação de São Felipe e São Tiago – Genealogista Fábio Arruda de Lima.
Siará Grande – Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil, de Francisco Augusto de Araújo Lima, vol. I, p. 51, 162, 399.
O Engenho Megaípe, fundado no século XVI, é mencionado em documentos holandeses de 1638; sua casa-grande possuía duas torres laterais.
Luiz Marreiros da Costa (III) foi Senhor do Engenho Megaípe de Baixo e Capitão de Ordenanças da freguesia do Cabo, por patente de João da Cunha Souto Maior em 6 de novembro de 1685.
Era casado com Juliana de Oliveira, filha de Julião de Oliveira, Capitão natural de Lenhoso, Comarca de Guimarães, e Maria de Abreu. Juliana era irmã de Dom José de Oliveira, Bispo de Angola, e neta do cavaleiro Francisco Camelo de Andrade.
A linhagem completa de Luiz Marreiros pode ser consultada em: