sábado, 25 de outubro de 2025

 A FAMÍLIA DE MANOEL PEIXOTO DE MEDEIROS E MARIA AMÉLIA MONTEIRO PEIXOTO


Por Washington Luiz Peixoto Vieira




Manuel Peixoto de Medeiros e Maria Amélia Carneiro Monteiro, casaram por volta de 1894, em Icó, no Estado do Ceará, tiveram onze filhos, sete deles homens e cinco mulheres.

Este artigo concentra-se nas trajetórias deles, destacando suas vidas, cônjuges, filhos, datas de nascimento e falecimento, todas nascidas no município de Icó, Estado do Ceará como uma forma de preservar a memória destas pessoas, meus avós e tios-avós para as gerações futuras, antes que essas mesmas memórias se percam com o passar dos anos.
Conheci quatro dessas mulheres, minhas tias-avós, eram meigas e dedicadas, bem humoradas, sempre de cabelos presos, remetendo à imagem de sua mãe, registrada na primeira fotografia da galeria de imagens da família. Essa lembrança permanece vívida, traduzindo o caráter, a disciplina e a delicadeza que marcaram a vida dessas filhas ao longo do século XX.

AS FILHAS:


Filha 1 – FLORENTINA DA SILVA PEIXOTO (24/03/1892 – 30/06/1981, 89 anos)
Florentina da Silva Peixoto nasceu em 24 de março de 1892, primogênita do casal. Recebeu o nome em homenagem à avó paterna. Casou-se, por volta de 1918, com Francisco Teixeira Mendes, pertencente à tradicional linhagem “Canela Preta”, família setecentista do Icó. Passou a assinar-se Florentina Peixoto Teixeira.
Francisco Teixeira morreu de forma violenta em 1923 na cidade do Cedro, deixando Florentina viúva e com filhos pequenos. Em 1924, nasceu seu último filho. Posteriormente, casou-se com Antônio de Sousa Lima, natural de Lavras da Mangabeira, com quem teve duas filhas.
Florentina faleceu no Rio de Janeiro em 30 de junho de 1981, aos 89 anos, sendo sepultada inicialmente naquela cidade e posteriormente trasladada para Icó, onde repousa no Cemitério Histórico, junto a familiares.
Filhos do primeiro casamento: Maria do Socorro, Maria Amélia e Francisco Teixeira Mendes.
Filhos do segundo casamento: Maria Ubenir e Maria Luíza. As filhas migraram para o Rio de Janeiro e Niterói, onde nasceram e criaram seus filhos.




Filha 2 – ODÉCIA DA SILVA PEIXOTO (22/03/1897 – 02/02/1982, 84 anos)
Odécia nasceu em 22 de março de 1897. Casou-se com Joaquim Ferreira da Silva (12/12/1889 – 09/02/1980), telegrafista descendente do padre Manoel Caetano da Silva. Tiveram uma filha adotiva, Doracir Ferreira de Carvalho.
Odécia e Joaquim eram muito devotos do Senhor do Bonfim, cuja igreja ficava vizinha à sua residência, o hoje chamado sobrado do Barão, mas era conhecido como Sobrado do Seu Ferreira, participando ativamente das adorações, cerimônias e festas religiosas. Por muitos anos, tia Odécia confeccionou as flores artificiais em tecido, que decoravam o arco da imagem do Senhor do Bonfim, demonstrando sua devoção e habilidade artesanal, tradição que herdou de sua mãe.
Odécia faleceu em 2 de fevereiro de 1982, aos 84 anos, sendo sepultada vestida de Nossa Senhora de Lourdes, trajando o mesmo hábito mortuário de sua irmã Maria de Lourdes, falecida pouco antes.



Filha 3 – CARLINDA PEIXOTO DA SILVA (20/05/1901 – f..1987, 86 anos aproximados)
Carlinda nasceu em 20 de maio de 1901, uma das mais jovens filhas do casal. Casou-se com Luiz Américo (c.1900 – c.1970), com quem viveu em Camocim/CE, sem deixar descendência. Reconhecida como excelente costureira, residiu em Fortaleza nos anos 1970 após ficar viúva, passando seus últimos anos junto ao irmão José e sua cunhada. Faleceu por volta de 1987, aos 86 anos aproximadamente, sendo sepultada no Cemitério Parque da Paz, em Fortaleza.


Filha 4 – CARLOTA PEIXOTO DE MEDEIROS (c.1903 – f. 1920 ) 17 anos)
Carlota faleceu jovem, possivelmente durante as epidemias de gripe do início do século XX. Não deixou descendência. Estima-se que tenha morrido aos 17 anos aproximadamente. É lembrada nas memórias familiares por sua doçura e delicadeza. O nome Carlos remete a algum de seus tios-avós do Exu.



Filha 5 – MARIA DE LOURDES PEIXOTO DOS SANTOS (23.8.1994 - 24.10. 1979) 75 anos.
Maria de Lourdes, ao casar-se, passou a assinar-se Maria de Lourdes Peixoto dos Santos, unindo-se a João Farias dos Santos, tabelião do 2º Ofício de Icó, filho de Paulo Antônio dos Santos e Ana Farias dos Santos. Destacou-se pela dedicação à família.
Filhos: Maria Edwiges, Edmundo, Maria Edvalda, Maria Edialeda, Quilon, Anira, Edeuza, Edilza, Francisco (Chiquinho) e Edmir (o mais novo).
Dona Lourdes, viúva há alguns anos, faleceu em sua residência, no Icó, com a assistência do Dr. Quilon, seu filho e prefeito municipal naqueles anos, ao anoitecer do dia 24 de outubro de 1979, e foi sepultada no dia seguinte, com grande presença de povo: era o dia do Município.

OS FILHOS:


Filho 1. DAMON PEIXOTO DE MEDEIROS (1897–1938) – 41 anos
Damon Peixoto de Medeiros nasceu em 03 de outubro de 1897 (data a ser confirmada). Casou-se na década de 1920 com Maria Holanda de Medeiros. Tiveram um único filho:
Eduardo Peixoto de Medeiros (O Padim, 1927–2011)
Damon trabalhou como encarregado da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS). Durante a construção do Açude de Forquilhas, em Sobral, sofreu um grave acidente ao tentar salvar operários, vindo a falecer em 1938, aos 44 anos.



2. URBANO PEIXOTO DE MEDEIROS (1896–1989) – 93 anos
Urbano Peixoto de Medeiros nasceu em 14 de dezembro de 1896. Casou-se em julho de 1922 com Eliza Teixeira Mendes. Tiveram sete filhos:

Manoel Peixoto de Medeiros
José Peixoto de Medeiros
Juarez Peixoto de Medeiros
Onofre Peixoto de Medeiros (falecido impúbere)
Nilda Peixoto de Medeiros
Nilce Peixoto de Medeiros (gêmea de Nilda)
Nilva Peixoto de Medeiros
Urbano assumiu responsabilidades familiares desde jovem, cuidando do gado e depois ingressando no comércio. Retornou à pecuária e à agricultura, adquirindo a Fazenda Buenos Aires em 1940. Faleceu em 30 de novembro de 1989, aos 93 anos.



Filho 3. JOSÉ PEIXOTO DE MEDEIROS (1900–1976) – 76 anos
José Peixoto de Medeiros nasceu em 20 de maio de 1900. Serviu na Guarda Civil do Ceará, chegando a Tenente-comandante. Casou-se com Marieta Chaves em 1931. Tiveram onze filhos:
Mirian Chaves Peixoto
Irani Chaves Peixoto
Margarida Chaves Peixoto
Manoel Bonfim Chaves Peixoto
Luis Alberto (Padre) Chaves Peixoto
Francisco de Assis Chaves Peixoto
Ari Chaves Peixoto
Iran Chaves Peixoto
Humberto Chaves Peixoto
César Chaves Peixoto
João Bosco Chaves Peixoto
José faleceu em 22 de março de 1976, aos 76 anos, e Marieta em 2001.

Filho 4. QUILON PEIXOTO DE MEDEIROS. Morreu no primeiro quadriênio do século XX, noivo com Dulcinéia Teixeira Mendes, irmã de minha avó Elisa. Em sua homenagem seu sobrinho Quilon Peixoto Farias, recebeu este nome. O nome Quilon = Chilon remete a antepassados de Pernambuco, tendo um seu primo filho de Dario José Peixoto, um filho de nome Chilon Heráclito Peixoto e Silva (1869-1960), que foi prefeito de Granito/PE em 1909.

5. LUIZ PEIXOTO DE MEDEIROS casou com Benedita da Costa. Tiveram, a nosso saber, dois filhos: Manoel da Costa Peixoto de Medeiros e Francisco da Costa Medeiros Peixoto. Seu nome remete ao seu avô, Luís de Medeiros Raposo.




Filho 6. RAIMUNDO PEIXOTO DE MEDEIROS (1904–1967) – 61 anos
Raimundo Peixoto de Medeiros nasceu em 09 de setembro de 1904 e casou-se em 1931 com Adalgisa Chaves. Tiveram seis filhos:
Carlota Chaves Peixoto
Silvio Chaves Peixoto
Nirene Chaves Peixoto
Stenio Chaves Peixoto
Hélio Chaves Peixoto
Darlene Chaves Peixoto
Raimundo fixou residência no Crato-CE, onde trabalhou nos Correios e Telégrafos. Faleceu em 26 de março de 1967, aos 61 anos.




Filho 7. ANTONIO PEIXOTO DE MEDEIROS (1910–1943) – 34 anos
Antonio Peixoto de Medeiros, caçula do casal, nasceu em 04 de abril de 1910. Migrando para São Paulo, onde era operário, casou-se em 15 de janeiro de 1938 com Gilda Spadafora. Tiveram uma filha:
Iracema Peixoto de Medeiros, que se casou com Ibrahim Nero Vieira.
Antonio faleceu prematuramente em 16 de novembro de 1943, de insuficiência cardíaca aos 34 anos. Foi sepultado no Cemitério do Brás, em São Paulo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estes filhos e filhas refletem trajetórias diversas: Urbano se firmou em Icó no comércio, agricultura e pecuária, enquanto os demais irmãos espalharam-se pelo mundo em busca de trabalho e oportunidades. Entre eles, Damon e Antonio morreram jovens, deixando marcas de coragem e dedicação à família.
Suas memórias permanecem vivas nos descendentes e na história de Icó e do Ceará, evidenciando trabalho, coragem e legado familiar.

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